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Adolescente com sequela grave de dengue hemorrágica passa por primeiro transplante de coração captado fora de AL

Primeiro transplante de coração captado fora de AL beneficia jovem de 16 anos

O alagoano Samuel Jackson de Lima, 16 anos, passou por um transplante de coração no Hospital do Coração Alagoano, em Maceió, três anos após desenvolver miocardite, uma complicação da dengue hemorrágica. O transplante inédito em Alagoas marcou a primeira captação de coração para transplante realizada fora do estado.

O novo coração de Samuel veio de um doador de Aracaju, em Sergipe. A captação de órgãos em estados diferentes é feita através de uma logística complexa e coordenada pelas Centrais de Transplante.

Ana Carla Lima afirmou que a vida do filho mudou em 2022, quando ele teve dengue hemorrágica aos 13 anos e evoluiu para miocardite, uma inflamação do tecido muscular do coração.

"Na época, ele tinha 13 anos e parou tudo. Ele teve que parar de estudar. Tinha que ter auxílio para tomar banho, para tudo. Tinha que usar muitos medicamentos. Foi muito sofrimento, muitas internações", disse a mãe do paciente.

Após anos de tratamento com remédios, a única chance de Samuel ficar vivo era o transplante cardíaco. Ele entrou para a lista de espera no início de 2025.

Ana Carla disse que nunca vai se esquecer do momento em que recebeu a ligação sobre um coração disponível em Sergipe.

"Às quatro horas da manhã o telefone tocou. Quando eu vi que era do hospital, já sabia que a esperança de mudança de vida estava chegando para o meu filho".

A missão de conseguir um novo coração para Samuel mobilizou a força-tarefa envolvendo a equipe do hospital, o Salva Mais Alagoas, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a Polícia Militar de Sergipe (PM/SE), e as Centrais de Transplante nacional e dos dois estados.

“Foi uma operação marcada por muita cooperação e sinergia entre várias equipes. Do momento da captação em Aracaju até o transplante em Maceió, cada profissional envolvido trabalhou com foco em salvar uma vida. Essa parceria entre hospitais, centrais de transplante e órgãos de apoio como Samu e o Programa Salva Mais Alagoas mostra que, quando nos unimos, conseguimos alcançar resultados extraordinários. É uma vitória para a medicina e, principalmente, para os pacientes que depositam em nós sua esperança”, afirmou o cirurgião cardiovascular Diego Andrade, um dos responsáveis pela captação e transplante.

Samuel se recupera do transplante no hospital, acompanhado pela mãe.

“Eu só chorava e agradecia. A esperança de saber que ele poderá ter a vida de volta me enche de alegria. Todos do hospital estavam esperando comigo, todos emocionados, e me senti tão acolhida. Foi uma bênção de Deus. Gratidão demais, porque, em meio a uma dor tão grande, uma família disse ‘sim’, nos dando a chance de sonhar com um futuro pela frente”, disse Ana Carla Lima.

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