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Após oferecer denúncia, MP diz que espera decisão judicial sobre caso de empresário que matou gari em até um ano


MP diz que espera decisão em até um ano contra empresário acusado de matar gari em BH

O Ministério Público divulgou que ofereceu denúncia contra o empresário Renê Júnior, que confessou a morte do gari Laudemir Fernandes, em 11 de agosto. Agora, o órgão aguarda a apreciação da Justiça e diz que espera uma decisão em até um ano.

Segundo a promotoria, com os trabalhos da Polícia Militar e Civil foi possível reunir provas suficientes que apontam os crimes de homicídio triplamente qualificado, com três agravantes: motivo fútil, sem chances de defesa da vítima e por ter sido cometido em via pública, em horário de grande movimentação.

O promotor responsável pelo caso, Cláudio Barros, afirma que o processo previsto por lei é longo, prevendo duas fases.

Após o oferecimento da denúncia, cabe à Justiça apreciar e, se aceitar, primeiro ouvirá as testemunhas de ambas as partes e, só depois, decidir pela submissão ao Tribunal do Júri - popularmente conhecido como júri popular.

"Infelizmente, nós vivemos no país que mais mata no planeta. [...] Eu acredito que, talvez, em menos de um ano, nós possamos ter talvez uma decisão de pronúncia, se houver prova para tanto", afirmou o promotor Cláudio Barros, da promotorias de Justiça do Tribunal do Júri.

Além disso, para o MP, antes de cometer o homicídio, o empresário ainda ameaçou pessoas e portava uma arma de fogo de forma ilegal.

Após o crime, ele tentou enganar a perícia da Polícia Civil ao pedir que a esposa entregasse uma arma diferente da que foi usada no assassinato - o que configura fraude processual.

Esposa delegada não foi denunciada

A delegada Ana Paula Balbino Nogueira, esposa dele, já tinha sido indiciada pela polícia por porte ilegal de arma de fogo, em razão de estar previsto na lei o ato de "ceder" ou "emprestar" o artefato usado no crime.

Lamego também foi indiciada pela Corregedoria da Polícia Civil por prevaricação.

Segundo o MP, as penas desses crimes que a delegada é suspeita, somadas, ficam inferiores a quatro anos - o que permite a instituição de um acordo de não persecução penal (ANPP), conforme previsto por lei.

A promotoria solicitou, então, que o processo envolvendo a delegada seja separado e encaminhado à Vara Criminal comum. A medida tem como objetivo permitir que o caso seja analisado por um promotor responsável por crimes comuns, sem foro especial.

"Se for o caso, fará a proposta do acordo de não persecução penal, desde que estejam preenchidos os requisitos para tanto, dentre eles a necessária confissão por parte do destinatário do benefício", completou o promotor.

A denúncia contra ela agora, depende, do andamento do acordo: se for aceito, não há denúncia, caso cumpra as condições previstas. Caso não aceite ou descumpra as condições, há reversão do acordo e possibilidade de proposta de denúncia.

Esse tipo de acordo permite que o investigado evite o processo criminal, desde que confesse o crime e cumpra condições como prestação de serviços à comunidade ou pagamento de multa.

Renê Junior, preso por morte de gari, inclina cabeça para baixo ao ser informado que será mantida prisão após audiência de custódia

Reprodução

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