Mato Grosso do Sul adotou protocolos de prevenção para conter o avanço do vírus.
Reprodução
Um caso suspeito de sarampo em uma bebê de 8 meses foi registrado na quinta-feira (4) em Ponta Porã (MS), município localizado na fronteira com o Paraguai, a cerca de 300 km de Campo Grande. A Vigilância em Saúde aguarda o resultado do exame para confirmar a possível infecção.
O município está em alerta após o surgimento de casos da doença no país vizinho.
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Embora o vírus do sarampo não esteja em circulação no Brasil, o Ministério da Saúde alerta para o risco de reintrodução da doença, devido à proximidade com áreas de surto no Paraguai, a cerca de 200 km da fronteira. A situação também preocupa na Bolívia.
Diante do cenário, o Mato Grosso do Sul adotou protocolos de prevenção para conter o avanço do vírus. O estado não registra casos desde 2020. As medidas já implementadas incluem:
Aplicação da vacina “dose zero” contra o sarampo, destinada a bebês de 6 meses a 11 meses e 29 dias. Essa dose é aplicada antes da vacinação de rotina, prevista para os 12 e 15 meses de idade, conforme orientação do Ministério da Saúde;
Realização de bloqueios vacinais, com imunização de pessoas que tiveram contato com possíveis infectados;
Busca ativa de pessoas com sintomas da doença;
Ações educativas voltadas à prevenção e orientação da população.
Em novembro do ano passado, o Brasil recebeu o certificado de país livre do sarampo. No entanto, movimentos antivacina têm levado a surtos da doença pelo mundo.
A doença
O sarampo é uma infecção viral causada pelo Morbillivirus, transmitida por secreções respiratórias expelidas ao tossir ou espirrar. Os sintomas costumam surgir cerca de 12 dias após o contágio.
Estima-se que uma pessoa infectada possa transmitir o vírus para até 90% das pessoas próximas que não estejam imunizadas. Os principais sintomas são:
Febre alta
Manchas avermelhadas na pele
Tosse seca
Mal-estar
Conjuntivite
Coriza
Falta de apetite
A doença pode evoluir para complicações como pneumonia, encefalite, desidratação e comprometimento do sistema imunológico.
Vacinação
O Ministério da Saúde reforça que a principal medida para conter o avanço do sarampo é a vacinação. Os imunizantes disponíveis são:
Dupla viral: protege contra sarampo e rubéola
Tríplice viral: protege contra sarampo, caxumba e rubéola
Tetra viral: protege contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora)
A vacinação de rotina é indicada para pessoas entre 12 meses e 59 anos. Em contextos de risco, como a atual situação nas fronteiras, aplica-se a chamada “dose zero” em crianças com menos de 12 meses.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece as vacinas tríplice e tetraviral.
O Brasil foi referência mundial em vacinação por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), criado em 1973. O país conseguiu eliminar doenças como pólio, sarampo, rubéola, síndrome da rubéola congênita e tétano neonatal. Contudo, a cobertura vacinal tem apresentado queda desde os anos de 2015 e 2016.
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