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Caso Nery: policial militar e caseiro envolvidos em assassinato de advogado vão a júri em Cuiabá


O policial militar Heron Teixeira Pena Vieira e o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva foram denunciados pelo Ministério Público de Mato Grosso pela morte do advogado Renato Nery

Reprodução

A Justiça determinou que o policial militar Heron Teixeira Pena Vieira e o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva sejam submetidos ao Tribunal do Júri pelo assassinato do advogado Renato Nery, em Cuiabá. A decisão foi proferida na última sexta-feira (22) pelo juiz Francisco Ney Gaíva.

O documento não apresenta uma data para o julgamento, que deve ocorrer na 1ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá. O juiz não se pronunciou sobre a condenação dos réus, apenas reconheceu que há provas do crime e indícios de autoria e participação, determinando que o caso seja julgado pelo júri popular.

Heron foi apontado como intermediário do crime, responsável por receber dinheiro e a arma, além de contratar Alex para executar o assassinato.

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Quem são e como agiram os investigados

Advogado Renato Gomes Nery, de 72 anos

Divulgação

Além de Heron e Alex, outras seis pessoas são investigadas por envolvimento direto no assassinato de Renato Nery. Veja abaixo quem são:

Caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva – atirador;

Sargento da PM Heron Teixeira Pena Vieira – intermediador que recebeu dinheiro, arma e contratou o Alex para fazer executar;

PM Ícaro Nathan Santos Ferreira – intermediador que forneceu a arma usada e facilitou a transferência do pagamento;

PM Jackson Pereira Barbosa - intermediador que coordenou o crime e realizou pagamentos parciais;

PM Wailson Alessandro Medeiros Ramos - investigado por forjar confronto envolvendo arma do crime;

PM Wekcerlley Benevides de Oliveira - investigado por forjar confronto envolvendo arma do crime;

PM Leandro Cardoso - investigado por forjar confronto envolvendo arma do crime;

PM Jorge Rodrigo Martins - investigado por forjar confronto envolvendo arma do crime.

Negociações e motivo do assassinato

Advogado é baleado durante atentado em frente a escritório de Cuiabá

As investigações apontaram que a morte de Nery foi motivada por disputa de terra. Segundo a polícia, o advogado não temia morrer, mas sim perder suas terras, que tentava transferir para o nome das filhas.

O policial militar Heron confessou ter sido contratado para matar o advogado e que contratou Alex para executar Renato. Ele afirmou à polícia que recebeu R$ 200 mil para matar e, desse valor, pagou R$ 50 mil ao caseiro para a execução.

Nery foi baleado quando chegava no escritório dele, em julho de 2024. Segundo a Polícia Civil, o atirador já estava esperando pelo advogado e, após atirar, fugiu do local em uma moto. Uma câmera de segurança registrou o momento (veja acima).

Investigações

Em julho, após matar o advogado em frente a um escritório na Avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá, o caseiro fugiu de moto para uma chácara no bairro Capão Grande, em Várzea Grande.

O trajeto foi flagrado por diversas câmeras de segurança e no dia 8 de julho, a polícia conseguiu acesso à última imagem, que mostrava a moto a menos de 2 km da chácara. Com isso, dois dias depois, as equipes procuram a moto na região.

Segundo o delegado Bruno Abreu, a presença da polícia perto da chácara assustou os suspeitos, que tentaram simular um confronto para justificar o abandono da arma do crime e culpar outras pessoas.

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