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Centrais sindicais realizam ato na Praça da República, em SP, em defesa da soberania nacional e contra a anistia para golpistas


Ato pró-soberania em SP reúne partidos de esquerda, movimentos sociais e sindicatos

Centrais sindicais e lideranças da esquerda se reuniram na manhã deste domingo (7) na Praça da República, no Centro de São Paulo, em um ato em defesa da soberania nacional e contra a anistia reivindicada por políticos bolsonaristas no Congresso Nacional, em razão da tentativa de golpe de estado de 8 de janeiro de 2023.

A mobilização foi organizada como resposta às manifestações bolsonaristas previstas para o mesmo feriado da Independência, e contou com a presença de ministros do governo Lula, como Alexandre Padilha (Saúde) e Luiz Marinho (Trabalho), além do presidente nacional do PT, Edinho Silva, e dos deputados federais Guilherme Boulos (PSOL) e Érika Hilton (PSOL).

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Por volta das 11h, com céu nublado e frio de 18 °C, o ato ocupava parcialmente a Praça da República e reunia uma grande quantidade de políticos e militantes de esquerda.

Apesar do mote principal ser a defesa da soberania nacional — reforçado após o anúncio do governo dos Estados Unidos de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros —, os discursos se concentraram em críticas à proposta de anistia aos investigados pela tentativa de golpe de Estado ocorrida em 8 de janeiro.

Manifestantes se reúnem na Praça da República, em São Paulo, em ato em favor da soberania brasileira e contra a anistia a bolsonaristas.

Matheus Meirelles/GloboNews

O presidente estadual do PT, deputado federal Kiko Celeguim, criticou diretamente o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por sua defesa da anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos.

“Essa é uma manifestação para alertar a população sobre o projeto de anistia. Uma anistia não interessa ao País, interessa a um grupo pequeno. Como pode o governador do Estado mais rico do País parar o trabalho no meio do dia para tentar articular essa pauta que confronta a Constituição do País?”, disse Celeguim.

No trio elétrico, o deputado estadual Antônio Donato (PT) e a vereadora Silvia, da Bancada Feminista (PSOL), também discursaram. Donato classificou Tarcísio e o ex-presidente Jair Bolsonaro como “traidores da pátria”, enquanto Silvia chamou os opositores de “capachos do Trump”.

Além da soberania nacional, lideranças presentes na Praça da República também destacaram outras pautas, como a taxação dos super-ricos, a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês e a redução da jornada de trabalho sem redução salarial.

As reivindicações já vêm sendo defendidas por movimentos de esquerda desde o início do ano.

Manifestantes se reúnem na Praça da República, em São Paulo, em ato em favor da soberania brasileira e contra a anistia a bolsonaristas.

Matheus Meirelles/GloboNews

Julgamento no STF e discussão de anistia no Congresso

Na última terça-feira (2), o Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar Bolsonaro e mais sete réus pela tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022. O julgamento deve ser concluído até a próxima sexta (12).

Bolsonaro está em prisão domiciliar por violar medidas restritivas impostas anteriormente. Se for condenado, pode pegar até 43 anos de prisão. Ele também está inelegível, porque foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político.

Em paralelo, ganhou força na Câmara dos Deputados a discussão sobre a possibilidade de votar uma anistia para condenados por crimes contra a democracia.

Julgamento de Bolsonaro e 7 aliados políticos começa 2 de setembro

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), está sob pressão dos aliados de Bolsonaro, mas ainda não colocou em votação qualquer projeto com essa finalidade.

O PL, partido de Bolsonaro, é o principal interessado, e o Centrão também está endossando a medida. A aliança formada por União Brasil e PP, que tem maior bancada na Câmara, anunciou o desembarque do governo Lula recentemente para aderir à campanha da anistia.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, esteve em Brasília para tentar convencer Motta a colocar o tema em votação.

Não se sabe ainda qual texto seria votado. Um dos pontos em discussão é o alcance da possível anistia: se ela valeria apenas para quem já foi condenado pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 ou se alcançaria também o ex-presidente e seus aliados que estão sendo julgados no STF.

Aliados mais próximos de Bolsonaro querem uma anistia geral. O Senado discute uma proposta alternativa que exclui o ex-presidente e reduz penas de golpistas condenados, sem que haja a anulação.

O governo petista é contra votar qualquer proposta de anistia, e o presidente Lula pediu mobilização social para barrá-la.

Trama golpista: Os episódios que levaram o julgamento de Bolsonaro

Manifestantes se reúnem na Praça da República, em São Paulo, em ato em favor da soberania brasileira e contra a anistia a bolsonaristas.

Matheus Meirelles/GloboNews

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