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Corretora de Goiânia emociona com história de filho que recebeu transplante de coração; vídeo


Corretora de Goiânia emociona com história de filho que recebeu transplante de coração

O filho da corretora de Goiânia Joana Pires Ferreira conseguiu receber um transplante de coração cerca de dois meses depois de ter diagnóstico de condição grave que o deixou dependendo de máquinas como Oxigenação por Membrana Extracorpórea (ECMO) e Dispositivo de Assistência Ventricular para sobreviver, contou a mãe do jovem.

Segundo Joana, Pedro Henrique Pires Ferreira Medeiros Wanderley, de 17 anos, recebeu o transplante de coração no dia 16 de agosto. Ela explicou que o coração do doador veio da Bahia. Joana compartilhou com o g1 vídeos do momento da chegada do órgão (assista acima).

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Um helicóptero levou o órgão até o hospital Memorial Star, no Recife, em Pernambuco, onde o transplante foi realizado. Joana gravou o momento em que a aeronave pousa e dá para ver duas pessoas descendo com uma caixa na mão. Em outro momento ela grava a chegada dos médicos com a caixa, entrando no hospital onde o filho aguardava para receber o coração doado.

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Diagnóstico

Segundo a corretora, o filho sempre foi saudável, alegre e cheio de vida, mas no dia 2 de junho de 2025 ele deu entrada no hospital com uma dor abdominal. Exames de raio-x e ecocardiograma identificaram uma insuficiência cardíaca gravíssima, contou Joana.

"Um diagnóstico de miocardite comprometeu seu coração de forma grave e rápida. O que começou com náuseas evoluiu para internação, entubação, parada cardíaca, reanimação", disse.

Fila de transplante

De acordo com a mãe, Pedro Henrique foi listado e priorizado na fila nacional de transplante no dia 22 de julho. Ela contou que o coração chegou no dia 16 de agosto, 25 dias depois de entrar na fila.

Joana explica que foi uma corrida contra o tempo para achar o coração e depois para que, mesmo estando em prioridade na fila, e achando um órgão compatível, teria que estar a uma distância que tornasse o transplante viável.

"O coração tem um tempo de isquemia de quatro horas para sair do corpo do doador e entrar no corpo do receptor. Então como o Pedrinho foi listado e priorizado em Pernambuco, ele precisava receber em um raio que desse esse prazo de quatro horas no máximo", contou Joana.

A corretora disse ainda que Pedro Henrique tinha que cumprir vários requisitos como ser compatível com peso, altura, idade, tipo sanguíneo para receber o transplante.

Recuperação

Joana conversou com o g1 no 18° dia depois do transplante e disse que agora consegue conversar com mais tranquilidade e sem um alerta na cabeça. "Ressignificamos a vida, nos unimos mais e fortalecemos nossa fé! Pedro sempre quis ficar vivo, e graças a Deus, a médicos incríveis e a uma família generosa que na hora da dor teve um ato de amor", enfatizou.

Segundo a corretora, na próxima semana, o filho vai fazer uma biópsia e dependendo do resultado podem ter uma alta em breve. De acordo com Joana, os seis primeiros meses são de isolamento e Pedro vai tomar medicamentos para evitar a rejeição do coração transplantado e isso deve abaixar bastante a imunidade dele, disse.

"Depois desses seis meses é vida normal! Graças a Deus", comemora a mãe.

Mudança de vida

Joana Pires contou que é pernambucana, mas trabalha e mora em Goiânia há vários anos e tem a capital de Goiás como seu lar. Segundo ela, Pedro Henrique viveu 10 anos com ela em Goiás e voltou para o Recife há cerca de um ano e meio. Desde então ela divide o tempo entre Goiânia e Recife.

Com a internação do filho mais velho Joana disse que está há exatos três meses longe de casa e trabalho em Goiânia. A mãe disse que o coração está divido pois deixou o filho mais novo de 9 anos (que é goiano), em Goiás.

"Quando ele internou dia 03 de junho eu peguei o primeiro voo e vim ficar com ele", contou.

Pedro Henrique e a mãe Joana Pires

Arquivo pessoal/Joana Pires

Apelo pela doação

A mãe de Pedrinho faz um apelo pela doação de órgãos. Para ela falar sobre doação ainda é tabu, mas considera como um ato de heroísmo, empatia e amor após a morte.

Joana explicou que no Brasil, por lei, mesmo que a pessoa tenha manifestado a vontade de doar e registrado em documentos oficiais que é um doador, após a morte é a família que decide. Ela contou que o mesmo doador do coração que Pedro também doou os rins e o fígado para outras pessoas.

"Durante esse processo de espera de Pedro Henrique vimos famílias negarem a doação de órgãos e o principal argumento era que não sabiam da vontade de quem se foi", disse.

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