Líderes de mais de 30 países - entre eles o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e vários europeus - se reuniram com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, nesta quinta-feira (4).
O encontro da chamada Coalização dos Dispostos aconteceu em Paris, com o objetivo de discutir os próximos passos para tentar colocar fim ao conflito entre o país e a Rússia.
Em coletiva de imprensa após as negociações, o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que 26 países se comprometeram em enviar tropas à Ucrânia, "seja em papel terrestre, marítimo ou aéreo", como garantia de segurança.
Zelensky afirmou que "todos concordam que Rússia está rejeitando qualquer iniciativa de paz".
"Temos uma visão comum de que a Rússia está fazendo tudo o possível para prolongar o processo de negociação e continuar a guerra. É necessário aumentar o apoio à Ucrânia e intensificar a pressão sobre a Rússia. Está em andamento a preparação do 19º pacote de sanções da União Europeia. O Japão também está trabalhando em medidas sancionatórias", afirmou Zelensky em pronunciamento na rede social Telegram.
Segundo com um funcionário da Casa Branca, Trump aproveitou para pedir aos líderes europeus que parem de comprar petróleo russo, argumentando que, com isso, eles estão ajudando Moscou a financiar sua guerra contra Kiev.
Putin diz estar pronto para reunião
Presidente da Rússia, Vladimir Putin, diz estar pronto para encontrar com Zelensky durante coletiva de imprensa em Pequim, na China, em 3 de setembro de 2025.
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Nesta quarta-feira (3), Putin disse que está "pronto" para um encontro bilateral com Zelenksy, mas impôs como condição que a reunião ocorra em Moscou.
Putin também questionou se a reunião bilateral entre os dois líderes "faz sentido" e disse que sua ofensiva militar no país vizinho continuará caso o acordo não contemple exigências da Rússia.
"Eu estou pronto para um encontro com Zelensky se ele vier a Moscou. Nunca descartei a possibilidade desse encontro. Mas será que isso faz sentido?", declarou durante uma entrevista coletiva concedida à imprensa durante sua visita à China.
Para que a reunião ocorra, Putin também exigiu que todas as tratativas para a reunião sejam bem preparadas com antecedência para que haja "resultados tangíveis". "Vamos ver", completou o líder russo.
Esta foi a primeira vez em que o líder russo disse estar disposto a um encontro bilateral com seu homólogo ucraniano.
A possibilidade de um encontro entre Putin e Zelensky — que seria o primeiro desde o início da guerra na Ucrânia, há três anos e meio — foi aberta durante a cúpula entre Putin e o presidente os EUA, Donald Trump, em meados de agosto no Alasca.
Nos dias posteriores, no entanto, declarações de diferentes membros do governo russo esfriaram a possibilidade.
A cúpula no Alasca terminou também sem propostas concretas para um cessar-fogo ou para negociações do fim da guerra.
Zelensky já disse diversas vezes estar disposto a encontrar Putin.
Trump e Putin se encontram no Alasca, mas reunião termina sem acordo sobre a guerra na Ucrânia