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Filiação de Tarcísio ao PL depende de plano para 2026, avaliam aliados


Filiação de Tarcísio ao PL depende do plano para 2026, avaliam aliados

A filiação de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao PL dependerá do caminho que o governador de SP escolher trilhar em 2026, avaliam aliados.

Um importante quadro da direita garante que já está tudo acertado: se Tarcísio for candidato a presidente, trocará o Republicanos pelo PL. Caso decida concorrer à reeleição para o governo de SP, existe uma grande possibilidade de seguir na sigla à qual é filiado desde 2022.

Neste segundo cenário, aliados avaliam que seria mais confortável para o governador seguir no partido por uma série de motivos. Entre eles, manter um certo distanciamento da família Bolsonaro e de polêmicas envolvendo o clã, o fato de ser visto como a “grande estrela” do Republicanos por integrantes do partido e de já ter uma boa pontuação em pesquisas de intenção de voto.

No estado de SP, o PL comanda a Assembleia Legislativa. O presidente da Casa, André do Prado (PL), é aliado de Tarcísio. Atualmente, o partido tem a secretaria da mulher, Valeria Bolsonaro.

A possibilidade de o governador trocar de partido, que já é ventilada há meses, voltou à tona nesta segunda-feira (25). O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou durante evento para políticos e empresários em São Paulo que, se Tarcísio for candidato a presidente, irá para o PL.

Horas depois, o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, reagiu: "Se a conjuntura dos acontecimentos permitir, teremos um candidato a presidente da República. Não é, Tarcísio?", afirmou durante a celebração dos 20 anos da legenda, em Brasília.

Aliados de Tarcísio veem pressão por parte de Valdemar para a migração diante da inelegibilidade de Bolsonaro. Oficialmente, a assessoria do governador diz que ele segue firme e forte no Republicanos.

Tarcísio tem dito publicamente que o foco é concorrer à reeleição, mas tem aumentado as críticas ao governo federal e adotado tom de presidenciável em discursos.

Durante evento em São Paulo nesta segunda, disse que o lema de um eventual governo de centro-direita deveria ser fazer "40 anos em 4", em uma referência a Juscelino Kubitschek, defendeu a redução do número de ministérios e criticou a política externa de Lula.

Em reunião ministerial nesta terça-feira (26), o presidente Lula afirmou acreditar que Tarcísio será o candidato da oposição em 2026, relatam Guilherme Balza, Guilherme Mazui e Isabella Calzolari, da GloboNews e do g1.

Caso decida concorrer à presidência, precisará deixar o Palácio dos Bandeirantes em abril, seis meses antes da eleição. Segundo Valdemar, a decisão sobre a candidatura será tomada até dezembro.

À jornalista Bela Megale, do jornal "O Globo", Paulo Figueiredo, aliado de Eduardo Bolsonaro, afirmou que, caso Tarcísio migre para o PL, o deputado deixará o partido e irá para outra legenda para ser candidato a presidente.

As movimentações do governador de SP e de outros governadores de direita têm incomodado o clã Bolsonaro. Na esteira do lançamento da pré-candidatura de Romeu Zema (Novo) à presidência, o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL) criticou governadores de direita – sem citar nomes, disse que "se comportam como ratos" que só querem "herdar o espólio de Bolsonaro".

Partidos começam a discutir nomes para 2026 em SP

Pesquisa Quaest divulgada na sexta-feira (22) mostrou que Tarcísio tem 43% das intenções de voto para o governo de SP, seguido pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), com 21%, e pela deputada federal Erika Hilton (PSOL), com 8%.

O projeto de reeleição de Tarcísio é defendido por aliados. Um deles argumenta que, ao contrário de outros governadores de direita que devem concorrer à presidência, como Zema, Ratinho Jr. (PSD), Eduardo Leite (PSD) e Ronaldo Caiado (União), o mandatário ainda não cumpriu um segundo mandato, o que poderia fortalecê-lo para a presidência.

Aliados de Alckmin relatam que o partido segue focado na chapa Lula-Alckmin para a presidência, mas não descartam lançá-lo para o Senado. Um deles diz acreditar que a atuação no tarifaço é um trunfo que o fortalece eleitoralmente.

Já o PSOL acredita que Hilton tem "todas as condições" de ser o nome do partido para a disputa e diz que a atuação política combativa e em defesa de pautas populares como o fim da escala 6x1 a projetam no estado.

A eleição para o Senado também começa a mobilizar os partidos. 54 das 81 cadeiras estarão em disputa – duas vagas para cada estado.

Na direita, são cotados nomes como o do secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), e do deputado federal Ricardo Salles (Novo). Na esquerda, além de Alckmin, surgem os nomes do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), da ministra Marina Silva (Rede), do ex-ministro José Eduardo Cardozo (PT) e de ministros como Fernando Haddad (PT) e Márcio França (PSB) – este último também deseja disputar o governo estadual.

Foto de 15/08/2025 - O governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), inaugurou o 55º Batalhão da Polícia Militar durante o aniversário de 371 anos de Sorocaba, no interior de São Paulo

Miguel Pessoa/Código 19/Estadão Conteúdo

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