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Governo federal reconhece emergência por conta de seca em 21 cidades do AC


Acre decreta emergência por causa da seca

O governo federal reconheceu a situação de emergência em 21 cidades do Acre por causa da seca nos rios que cortam o estado.

A publicação foi feita nesta segunda-feira (18), no Diário Oficial da União (DOU), por meio da Portaria nº 2.521.

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O documento, assinado pelo secretário nacional de Proteção e Defesa Civil substituto, Paulo Roberto Farias Falcão, reconhece o decreto publicado pelo governo do Acre no último dia 6 de agosto.

Apenas a capital Rio Branco não está inclusa, já que a situação foi decretada individualmente. Nesta segunda-feira (18), o Rio Acre marcou 1,65 metro, o maior nível neste mês. Veja as medições de agosto no gráfico abaixo:

Assinado pelo governador Gladson Camelí, o documento do dia 6 de agosto, publicado em edição extra do Diário Oficial do Estado (DOE) e válido por 180 dias, destaca que o regime de chuvas no estado no 1º semestre de 2025 foi inferior ao esperado, o que contribuiu para o cenário de seca dos mananciais. Em julho, por exemplo, choveu somente 8 milímetros.

"Uma das consequências mais imediatas e críticas da drástica redução do volume de água em rios fundamentais para a captação é a crise no abastecimento de água, que compromete a operação das estações de tratamento e exige a implementação de medidas de racionamento e a mobilização de caminhões-pipa para atendimento da demanda em áreas urbanas e rurais", justifica o decreto de nº 11.733, de 6 de agosto.

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Rio Acre - 1,5 metro - Agosto de 2025

Júnior Andrade/Rede Amazônica

Por conta desse cenário, é justificado também que o baixo nível de chuvas influencia na navegação de embarcações nos cursos d'água, comprometendo 'a logística de transporte, isolando comunidades e dificultando o abastecimento de bens essenciais, como alimentos e combustíveis, para os municípios e aldeias indígenas de mais difícil acesso'.

Além disto, o governo apontou também, como consequências da estiagem:

as altas temperaturas e baixo percentual de umidade relativa do ar

a captação e abastecimento de água que tende a ficar comprometido

os prejuízos em plantações e lavouras

o consequente aumento de queimadas e incêndios florestais

os riscos de prejuízo na alimentação de estudantes de zona rural, já que os insumos para refeições vêm por via fluvial

"Fica a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil [CEPDC] designada como unidade gestora orçamentária, podendo ordenar despesas atinentes a créditos abertos para atender atividades de apoio aos Municípios afetados pela emergência de que trata este Decreto", ordena.

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O prefeito da capital acreana, Tião Bocalom, também assinou o decreto que coloca a capital do Acre em situação de emergência por conta da seca do manancial. A sanção ocorreu no mesmo dia.

O coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, tenente-coronel Cláudio Falcão, explicou que o decreto assinado pelo prefeito dá liberdade para o pedido de socorro e de resposta.

Ele ainda citou que a partir desse momento, a Defesa Civil pode tomar providências como recorrer a outras secretarias e pedir recursos ao governo federal de uma forma mais célere, diminuindo a burocracia.

"Então, é de extrema necessidade a assinatura do decreto, justamente para que a gente possa ter essa liberdade de ação. A Defesa Civil já vem trabalhando há dias, só que já extrapolou o nosso raio de ação e se a gente não agilizar, nós não conseguimos dar a resposta adequada para aquelas pessoas que estão passando por necessidade", afirmou ele.

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Preocupação

Sobre o decreto, o secretário de Meio Ambiente, Leonardo Carvalho, disse que esta é uma etapa importante para que haja ações de socorro mais rápidas e, consequentemente, que os recursos cheguem de forma mais célere.

"A gente sabe que tem municípios do interior que estão em situação muito delicada, Jordão, Marechal Thaumatugo, enfim, recebemos muitas informações, muitas imagens. É lamentável uma situação que está ficando recorrente. Agora é a união do poder público para se ajudar", falou.

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O gestor disse ainda que há um grupo de gestão de crise desses fenômenos climáticos para definir as ações mais importantes e eficazes diante dessa situação.

"A gente chama de gerenciamento de crise de recursos hídricos, que vai se reunir e assim veremos quais são as ações mais imediatas que têm de ser feitas para dar o socorro, e para prestar o apoio necessário para a população nesses momentos mais difíceis", complementou.

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