Filho de pintor realiza sonho e se torna advogado
Foi ainda na adolescência, em um dia no qual estava ajudando o pai a fazer reparos na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em João Pessoa, que Jeoslan Costa compartilhou em voz alta pela primeira vez o sonho de se tornar advogado.
Na época, o pai dele que é pintor e atua na área da construção civil, ouviu a vontade do filho e desejou em silêncio que ela pudesse se tornar realidade.
Jeoslan Costa, que sonhava em se tornar advogado desde a adolescência
TV Cabo Branco/Reprodução
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"Não tínhamos nenhuma condição financeira e ele tinha esse sonho a ser realizado. Eu fiquei calado, mas pedi a Deus que realizasse o sonho dele. A gente investiu naquilo em que tivemos condições e hoje estamos realizados", disse José Justino, pai de Jeoslan.
O pedido não foi em vão. A primeira vez em que pai e filho retornaram juntos à sede da OAB depois da promessa feita por Jeoslan foi na solenidade de entrega da sua carteira de advogado. A jornada até o momento da concretização do sonho dele, no entanto, foi repleta de desafios e também de determinação.
Jeoslan Costa e seu pai, o pintor José Justino
TV Cabo Branco/Reprodução
"Abdiquei de muitas coisas. Passei várias viradas de ano estudando, São João, Carnaval, todos dedicados aos estudos. Eu ainda servi oito anos à Marinha, também como pintor, no setor de manobras e reparos. Quando saí da Marinha em 2020, entrei na faculdade. Trabalhava de vigilante, ajudava meu pai na área de pintura e tinha que pagar a faculdade", confessa o advogado.
Para Jeoslan, o que o ajudou a não perder de vista o objetivo final do sonho que almejava realizar foi estabelecer uma meta. Para alcançar a meta que havia estabelecido para si mesmo, ele precisou se manter firme nos estudos.
"Não são só sonhos. Temos que estabelecer metas. E quando se estabelece uma meta, corremos atrás da meta estabelecida e o sentimento de conquista... Para mim é indescritível", disse Jeoslan.
O pai conta que no dia da cerimônia de solenidade do filho, enquanto o assistia discursando no palanque, observava as pessoas ao redor chorando, aplaudindo emocionadas com a história de superação dele. O pai, no entanto, revela que não chorou, pois o sentimento de gratidão em presenciar a realização de um sonho para o filho foi tanto que o deixou anestesiado.
"Eu vi as pessoas chorando, até o presidente [da OAB-PB], chorando. As pessoas aplaudindo ele. Eu fiquei só olhando, anestesiado. Eu não tinha o que falar, só o sentimento de gratidão", afirmou José Justino, emocionado pela memória da vitória do filho.
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