Justiça decreta prisão preventiva de 15 militares após denúncia de corrupção no ES
A Justiça do Espírito Santo decretou no início de setembro a prisão preventiva e afastamento de 15 policiais militares investigados por envolvimento em um esquema de corrupção. Uma denúncia do Ministério Público aponta que, desde 2021, os investigados recebiam propina de facções criminosas, participavam de um esquema de lavagem de dinheiro e agiotagem, além de revenderem drogas apreendidas pela polícia.
Os policiais, que não tiveram os nomes divulgados, são investigados na Operação Argos. O processo corre em sigilo.
📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp
De acordo com o MPES, a justificativa para a prisão preventiva dos militares foi a necessidade de resguardar processo que ainda aguarda julgamento.
O Tribunal de Justiça do Espírito Santo também reconheceu a necessidade de afastar os agentes das funções para preservar a reputação da Polícia Militar.
As investigações, respaldadas em mensagens e dados obtidos na Operação Pardal e em análises bancárias, apontam que os 15 militares integravam uma organização criminosa que, de 2021 a 2025, transformou a atividade policial em fonte de renda ilícita
Além da prisão e afastamento, o Ministério Público pediu o bloqueio de bens e o desconto de 30% do salário dos investigados durante o processo, como medida cautelar para ressarcir os valores que foram desviados durante o esquema.
Lucro de R$ 2 milhões
De acordo com o MPES, a estimativa é que os policiais tenham lucrado cerca de R$ 2 milhões com os crimes.
Nove desses militares já estavam presos e seis estavam sob liberdade vigiada como resultado de operações contra o crime organizado que aconteceram no final de julho, em Vitória, Vila Velha, Cariacica e Serra.
De acordo com o MPES, a estimativa é que os policiais tenham lucrado cerca de R$ 2 milhões com os crimes
Fernando Madeira
GREVE DE 2017: Quase dois 2 mil policiais acusados de motim serão julgados no ES
GUERRA DO TRÁFICO: saiba quais são as principais áreas de conflito entre facções criminosas na Grande Vitória
OPERAÇÃO: PF prende PM da reserva suspeito de lavagem de dinheiro com mais de R$ 1 milhão
Além dos agentes da PM, outras sete pessoas foram alvos das operações feitas pelo Ministério Público e agentes da Corregedoria da Polícia Militar.
O Ministério Público informou que vai pedir pela condenação dos militares na Justiça. Procurada, a Polícia Militar reafirmou o compromisso com a transparência e informou que investigará os policiais envolvidos conforme a lei, cumprindo a determinação do Tribunal de Justiça do Estado, podendo aplicar sanções administrativas ou demissão.
Íntegra da nota PM
A Polícia Militar reforça seu compromisso com a transparência e a ética na prestação de informações, como forma de garantir o fiel cumprimento das leis, decretos e regulamentos. Reforça que está ciente dos fatos e que serão tomadas todas as medidas legais e administrativas pertinentes para apuração das condutas dos policiais envolvidos. A Polícia Militar informa ainda que será cumprida a determinação do TJES, os policiais envolvidos serão investigados internamente nas formas da lei, podendo sofrer sanções administrativas ou até demissionárias.
VÍDEOS: tudo sobre o Espírito Santo
Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo