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Justiça decreta prisão preventiva de policial penal afastado que matou namorada


Rodrigo Caldas, suspeito do feminicídio contra Priscila Azevedo Mundim.

Reprodução/Redes Sociais

O policial penal Rodrigo Caldas Fonseca, suspeito de matar a própria namorada, Priscila Mundim, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça na noite desta segunda-feira (18). A vítima foi assassinada no último sábado (16), dentro de um apartamento no bairro Padre Eustáquio, em Belo Horizonte (leia mais abaixo).

A decisão, assinada pela juíza Juliana Beretta Pinto, considerou a gravidade do ato praticado pelo acusado. A magistrada também determinou que o policial penal passe por exame de corpo de delito após alta hospitalar.

"Os relatos [...] evidenciam com clareza a brutalidade das lesões corporais que foram, em tese, as causas da morte da vítima, por estrangulamento e golpes contundentes no tórax, rosto, pernas e braços, além da presença de fortes indícios do agressor ter agido com animus necandi, especificamente em virtude da condição de a vítima ser do sexo feminino, revelando-se a violência decorrente do gênero. A triste e emblemática história de Maria da Penha se repete diuturnamente", disse a juíza no texto da decisão.

Desde o dia do crime, o policial está internado no Hospital João XXIII, na Região Centro-Sul da capital, sob escolta, porque tentou atacar os PMs da ocorrência e foi baleado. Com a decisão judicial, ele deverá ser levado ao sistema prisional assim que receber alta médica.

O corpo de Priscila Mundim foi encontrado no quarto

Arquivo pessoal

O crime

Priscila Mundim, de 46 anos, foi encontrada morta, no último sábado (16), em um quarto do apartamento dela, que estava repleto de sangue. O prédio fica na Rua Vereador Geraldo Pereira, no bairro Padre Eustáquio, na Região Noroeste de BH.

No local, a Polícia Militar prendeu em flagrante o policial penal Rodrigo Caldas Fonseca, de 45 anos. Segundo a corporação, ao avistar os PMs, o suspeito começou a se cortar com uma faca, tentou atacar os militares e foi baleado.

Em seguida, ele foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado para o Hospital João XXIII. A unidade não divulga o estado de saúde dos pacientes.

A suspeita é de que uma discussão entre a vítima e o suspeito tenha começado ainda durante a madrugada.

Ciúme possessivo

Na noite anterior ao crime, o casal esteve na casa do cunhado de Priscila, Leonardo Alves. Testemunhas disseram que o policial discutiu com a namorada por motivos considerados banais.

Uma das brigas teria começado após uma brincadeira sobre futebol. Outra discussão aconteceu depois que a mulher tirou uma selfie, o que teria incomodado Rodrigo, que exigiu estar na foto.

Ainda segundo o familiar da vítima, o casal estava junto há cerca de cinco meses, e Priscila já tinha tentado terminar o relacionamento anteriormente. O cunhado também relatou um comportamento possessivo do suspeito.

"Toda vez que ela levantava da cadeira para se dirigir à janela, ele já apresentava um olhar para ela de possessão", disse Leonardo.

Afastado do cargo

Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que o policial penal suspeito do crime estava "afastado das atividades desde janeiro de 2024 por motivos psiquiátricos" e que "o armamento institucional do servidor já havia sido recolhido desde então".

O Departamento Penitenciário (Depen) afirmou que será instaurado um procedimento administrativo pela Corregedoria e que está à disposição para auxiliar nas investigações. A Polícia Civil investiga o caso.

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