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Lula mira racha na direita e desgaste na família Bolsonaro ao carimbar Tarcísio como rival em 26


Lula e Tarcísio

Wilton Junior/Estadão Conteúdo; Miguel Pessoa/Código19/Estadão Conteúdo

A estratégia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de carimbar Tarcísio de Freitas (Republicanos) como candidato à Presidência da República – e seu oponente em 2026 – tem método claro: dar visibilidade ao governador de São Paulo para tentar desde já criar um desgaste para o rival.

Segundo interlocutores do presidente, Lula identificou que – diante do cenário de possível condenação de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe e de inviabilização eleitoral do ex-presidente, e com o filho Eduardo fora do país – sobram poucas alternativas na família Bolsonaro, que se enfraquece.

🔎Lula visualizou, nas últimas semanas, uma movimentação precoce dos governadores de direita.

Além disso, o petista ficou incomodado com ataques feitos por Tarcísio ao seu governo na última segunda-feira (25) durante um evento com o senador Ciro Nogueira, presidente do PP, e Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo.

Lula percebeu que Tarcísio começa a se colocar como um nome ao Palácio do Planalto, inclusive, com um discurso de pré-candidato.

Diante disso, o petista decidiu dar visibilidade e colocar Tarcísio nos holofotes, para desgastar a imagem do governador, uma vez que Lula percebeu que o governador é um ponto de divergência na família Bolsonaro.

A divisão sobre o governador no clã do ex-presidente ficou clara com as mensagens divulgadas na investigação contra Jair e Eduardo Bolsonaro. Em conversas, Eduardo ataca Tarcísio de Freitas.

E também, nas redes sociais, Carlos Bolsonaro, outro filho do ex-presidente, classificou governadores de direita como "ratos".

🫵Então, o que Lula faz, ao dar visibilidade a Tarcísio e escolhê-lo como adversário um ano antes da campanha presidencial, é estimular esse desgaste interno entre os governadores de direita e, principalmente, dentro da família Bolsonaro.

Direita tenta alternativa forte

Quaest: Lula volta a ficar à frente de Tarcísio no 2º turno

A percepção, na direita, com o julgamento de Bolsonaro, é a de que é necessário ter uma alternativa forte a Bolsonaro. Então, já há uma articulação robusta acontecendo com governadores desse campo.

A família Bolsonaro – Carlos e Eduardo principalmente – já percebeu o movimento que já precifica uma condenação de Bolsonaro no julgamento no STF. O que tem gerado muito incômodo na família, pois representa o esvaziamento do poder político do Bolsonaro antes do previsto.

O clã previa Bolsonaro muito ativo e influente até o início do próximo ano. Mas essa ação antecipada de governadores pelo Brasil acaba por esvaziar as possibilidades de Bolsonaro ser o político que vai indicar o sucessor, que vai ser decisivo na disputa.

A percepção da família, agora, é que, com essa movimentação, governadores e partidos, como União Brasil e PP, estão tentando colocar o Bolsonaro a reboque de um projeto que já está em andamento.

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