Lula recebe presidente do Equador no Palácio do Planalto.

Guilherme Mazui/g1

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu nesta segunda-feira (18), no Palácio do Planalto, o presidente do Equador, Daniel Noboa.

O encontro faz parte dos esforços do governo para diversificar parceiros comerciais e reforçar a integração regional, estratégia adotada diante do tarifaço determinado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Desde 6 de agosto está em vigor a sobretaxa de 50% para entrada de produtos brasileiros nos EUA. Já o Equador foi taxado em 15%.

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Além de Noboa, Lula receberá nas próximas semanas os presidentes da Nigéria, Bola Ahmed Tinubu (25), e do Panamá, José Raúl Molino (28).

O petista também planeja novas ligações para líderes de outros países, entre os quais o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e tem programada uma viagem à Indonésia e à Malásia.

A busca por novos mercados é uma das ações do governo para reagir ao tarifaço. Em outra frente, Lula anunciou um pacote de socorro com uma linha de crédito de R$ 30 bilhões destinada às empresas afetadas pelas taxas.

No campo político, o governo brasileiro entende que a negociação com os EUA está travada por decisão de Trump, que deseja influenciar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF).

Presidente do Equador, Daniel Noboa, discursa durante comício, em Quito

Karen Toro/Reuters

Noboa

Alinhado a Trump e com discurso linha dura na segurança pública, Noboa faz sua primeira visita ao Brasil.

Noboa tem 37 anos, está no poder desde outubro de 2023 e foi reeleito em abril para um novo mandato. Ele é a pessoa mais jovem a governar o Equador.

Noboa nasceu nos Estados Unidos e sua família é uma das mais ricas do Equador, dona de um império empresarial que inclui uma das principais exportadoras de bananas do país.

O presidente equatoriano tem defendido reformas econômicas e medidas de segurança mais rígidas em meio ao avanço da violência no país.

Noboa faz um governo de orientação liberal na economia e com discurso linha dura na segurança pública.

A violência causada pelo tráfico de drogas é um dos principais problemas do Equador nos últimos anos, com aumento no número de homicídios, assassinato de um candidato à presidência, tomada de prisões por grupos criminosos e um ataque armado a uma emissora televisiva enquanto seus jornalistas faziam uma transmissão ao vivo.

Brasil x Equador

Em 2024, o intercâmbio comercial entre Brasil e Equador foi de US$ 1,09 bilhão. Entre os principais produtos exportados para o Equador estão: papel e cartão; veículos automóveis de passageiros; trigo e centeio não moídos; e calçados.

As principais importações foram brasileiras chumbo, resíduos de metais de base não ferrosos e de sucata, pescados, crustáceos, moluscos e invertebrados aquáticos, artigos de confeitaria, chapas, folhas, películas, tiras e lâminas de plástico.

- Esta reportagem está em atualização