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Músico brasileiro conquista vaga como bolsista em universidade na Inglaterra: 'Desafio novo'


Jovem bauruense conquista vaga em universidade de música na Inglaterra

O jovem músico André Chilio, de 21 anos, de Bauru (SP) foi selecionado para estudar em uma das mais prestigiadas universidades de música da Europa: a Royal Northern College of Music, na Inglaterra.

O músico conquistou a vaga por meio de um processo seletivo longo e repleto de etapas. Além de ser aprovado, conseguiu uma bolsa integral que cobre o valor da mensalidade, tornando o sonho possível. A viagem está marcada para setembro.

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Jovem bauruense conquista vaga em universidade de música na Inglaterra

Arquivo pessoal

André contou ao g1 que seu primeiro contato com a música aconteceu há 14 anos, no Sesi de Bauru . Sem conhecer os instrumentos, escolheu o contrabaixo por achar diferente.

"Meu primeiro contato com a música foi no Sesi de Bauru, onde comecei a ter aulas. O professor era de violino e, por isso, não tinha tanta experiência com todos os instrumentos. Mesmo assim, acabei escolhendo o contrabaixo. Escolhi simplesmente porque achei o instrumento legal e diferente. Pesquisei sobre todos os instrumentos de corda disponíveis: violino, viola, cello e contrabaixo, e percebi que o contrabaixo era o menos popular. Ele aparece em praticamente todos os estilos musicais, tanto na forma acústica, que é a que eu estudo, quanto na elétrica."

Com o tempo, a música passou a ocupar cada vez mais espaço em sua vida. Ele se mudou para São Paulo, começou a tocar na Orquestra Jovem do Estado e iniciou graduação em licenciatura em música na Universidade de São Paulo (USP). Foi nesse período que começou a pensar em estudar fora.

"Quando me mudei para São Paulo, comecei a tocar na Orquestra Jovem e a fazer minha graduação na USP. Meus estudos eram totalmente voltados à música, não apenas ao instrumento, mas também a todas as matérias teóricas envolvidas. Foi nesse contexto que surgiu a oportunidade de estudar fora do país, em uma das melhores faculdades de música que existem."

Após pesquisas, encontrou o Royal Northern College e se candidatou. O processo seletivo incluiu provas e gravações, exigindo dedicação e preparo para lidar com a pressão.

"O processo seletivo para ingressar na faculdade foi longo e cheio de etapas. As provas começaram entre julho e agosto, e só tive certeza de que receberia a bolsa no meio de dezembro. Foram três fases no total. A primeira etapa consistiu em uma gravação em vídeo. Nunca tinha feito esse tipo de prova antes, então foi um desafio novo."

"A gravação exigia que eu tocasse duas peças em um vídeo de 15 minutos, sem cortes, acompanhado de um pianista. Trabalhei bastante nos detalhes e, apesar da pressão, foi uma experiência positiva que me motivou não apenas para essa prova, mas também para outras que já prestei e pretendo prestar", completa.

Jovem bauruense conquista vaga em universidade de música na Inglaterra

Arquivo pessoal

Com o resultado positivo e a bolsa garantida, André agora se prepara para a mudança. Ele afirma que, sem o benefício, não teria condições de arcar com todos os custos. A adaptação emocional e a despedida da família e amigos têm sido um desafio.

"Apesar de todo o entusiasmo com a aprovação e as bolsas, a mudança traz desafios importantes, especialmente do ponto de vista emocional. O mais difícil tem sido dar tchau para tudo o que construí aqui. Meus amigos, minha família, minha faculdade, a orquestra, a escola de música… mesmo que eu já não veja minha família com tanta frequência por morar em São Paulo e eles em Bauru, ainda havia a possibilidade de visitar. Estando fora do país, isso se tornará muito mais complicado. Essa despedida tem sido a parte mais difícil para mim. Mas, mesmo com toda essa dificuldade, sei que a longo prazo vai valer a pena."

Mesmo com a bolsa, a vida no Reino Unido exige planejamento financeiro. Entre os custos não cobertos estão visto, seguro saúde, moradia e transporte. Por isso, o jovem está fazendo uma campanha nas redes sociais para conseguir levantar valor para despesas extras.

"Outro desafio grande é o financeiro. A Inglaterra é um país caro e, nos últimos anos, os custos para morar lá aumentaram bastante. As taxas de visto subiram, e a libra esterlina continua muito valorizada em relação ao real. Durante todo o processo, venho tentando me preparar financeiramente da melhor forma possível. Além disso, mantenho uma vaquinha aberta para arrecadar recursos que ajudem a cobrir os gastos com visto, seguro de saúde, passagem e moradia. Os primeiros meses serão decisivos para me estabelecer no país, e pretendo começar a trabalhar assim que possível."

Jovem bauruense conquista vaga em universidade de música na Inglaterra

Arquivo pessoal

A Royal Northern College of Music está entre as principais instituições do mundo, oferecendo masterclasses com músicos de alto nível e a possibilidade de tocar com orquestras profissionais, como a BBC Philharmonic.

"Além das orquestras britânicas, há também oportunidades de tocar com orquestras da Irlanda, do País de Gales e, em algumas ocasiões, até com orquestras da Europa continental. Esse contato com grupos profissionais é algo que me anima muito."

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