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ONU diz que ataque de Israel ao Catar é violação flagrante de soberania territorial; veja repercussões


Israel ataca chefes do Hamas em Doha, no Catar

O diretor-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse que o ataque de Israel ao Catar nesta terça-feira (9) constituiu uma "violação da soberania territorial flagrante".

O governo de Israel afirmou ter realizado um ataque contra chefes do Hamas em Doha, capital do Catar, nesta terça-feira (9). Segundo o Exército israelense, membros da alta cúpula do grupo terrorista palestinos foram alvejados com armas de alta precisão na cidade em um ataque realizado pelo Shin Bet, a agência de inteligência de Israel, em parceria com a Força Aérea do país. (Leia mais sobre o ataque abaixo)

Na mesma linha da ONU, o governo catariano também afirmou que a ofensiva violou leis internacionais. O Catar, que tem atuado como um mediador das negociações de paz entre Israel e o Hamas ao lado dos Estados Unidos, chamou a ofensiva de "ato covarde de Israel" e disse que abriria uma investigação.

A Arábia Saudita condenou fortemente o ataque, que chamou de "brutal", e falou em "graves consequências" a Israel caso o governo Netanyahu "persista com violações criminosas".

Ataque aéreo de Israel no Catar

Segundo a imprensa israelense, um dos alvos do ataque era Khalil Al-Hayya, o principal negociador das tentativas de acordo de paz com Israel. A imprensa israelense afirmou que Al-Hayya foi um dos mortos na ofensiva, mas ainda não havia informações oficiais sobre se ele foi de fato alvejado até a última atualização desta reportagem.

Já fontes do próprio Hamas afirmaram à agência de notícias Reuters que a delegação do grupo terrorista responsável pelas negociações de paz com Israel estava em Doha no momento do ataque porém não foi atingida.

Israel disse ainda que avisou previamente aos Estados Unidos de que faria o ataque, e, de acordo com o canal I24, o governo de Donald Trump deu luz verde à ofensiva — após a informação, a Embaixada dos EUA no Catar emitiu uma ordem de abrigo para cidadãos norte-americanos que estão em solo catariano.

Mas o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que a ofensiva foi "totalmente planejada e executada" apenas por Israel, que tem "total responsabilidade" pelo ataque.

Fumaça é vista em Doha, no Catar, após explosões por conta de um ataque de Israel contra lideranças do Hamas que estavam na cidade, em 9 de setembro de 2025.

Ibraheem Abu Mustafa/ Reuters

Um integrante da alta cúpula do grupo afirmou à rede de TV Al-Jazeera que o ataque ocorreu durante uma reunião do Hamas na capital do Catar, mas também não informou se houve vítimas.

Também não havia relatos de vítimas ou danos até a última atualização desta reportagem. O porta-voz do Exército israelense afirmou ainda que "medidas foram tomadas para minimizar os danos a civis não envolvidos, incluindo o uso de munições de precisão e inteligência adicional".

Segundo a rede britânica BBC, havia uma densa fumaça sobre parte de Doha. Vídeos nas redes sociais mostram imagens de explosões que, segundo os usuários, ocorreram no momento do ataque de Israel na capital catariana.

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Além de sediar várias rodadas das negociações de paz, o Catar também costuma servir de base para membros da alta cúpula do Hamas, mas era raro que Israel fizesse incursões no país. O ex-líder do grupo terrorista, Ismail Haniyeh, por exemplo, vivia em Doha, mas foi assassinado pelo Exército israelense apenas quando deixou o Catar e foi a Teerã, no Irã.

O governo iraniano também criticou o ataque desta terça e chamou a ofensiva de uma violação das leis internacionais.

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