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Policiais investigados pela morte de cinco jovens no Conde não querem usar tornozeleira eletrônica, diz defesa


Justiça quebra sigilo de investigação sobre morte de 5 jovens no Conde

Cinco policiais que foram presos pela suspeita de matar cinco jovens, no Conde, não querem utilizar a tornozeleira eletrônica, uma das condições para que eles saiam da prisão. A informação é da defesa dos policiais à CBN.

Segundo o advogado, "Eles se sentem humilhados e se recusam a usar a tornozeleira".

Os policiais foram presos no dia 18 de agosto. Nesta terça-feira (9), a Justiça determinou a soltura com as seguintes medidas cautelares:

Uso de tornozeleira eletrônica;

Afastamento imediato do serviço operacional (policiamento ostensivo ou tático);

Proibição de manter contato com familiares das vítimas, testemunhas e demais investigados;

Proibição de frequentar localidades próximas às residências das vítimas e seus familiares, complementando a medida de monitoração eletrônica;

Recolhimento domiciliar no período noturno, das 20h às 5h do dia seguinte, e nos dias de folga;

Comparecimento mensal em juízo;

Proibição de se ausentar da comarca de suas residências por mais de 10 dias sem autorização da justiça.

Policiais investigados

Carro ficou cheio de marcas de tiros após ação da PM paraibana

Polícia Militar da Paraíba/Divulgação

No mesmo despacho, a Justiça converteu a prisão temporária em prisão preventiva do policial que está fora do país, já que ele não se apresentou e não colaborou com as investigações dentro do prazo de 30 dias, no qual estava aberto o mandado de prisão anterior.

De acordo com a Justiça, o Ministério Público da Paraíba (MPPB) requereu que os cinco presos respondessem em liberdade e com o uso de cautelares. Eles devem ser liberados da carceragem do 1º Batalhão da Polícia Militar na quarta-feira (10).

As investigações sobre o crime apontam indícios de homicídio por parte dos policiais, que foram presos no dia 19 de agosto. A defesa dos investigados alega que um grupo criminoso formado pelas vítimas, à época, para buscar vingança após um feminicídio na cidade teria atirado contra os policiais, que reagiram.

Foram presos os seguintes policiais pela suspeita do crime:

Soldado Mikhaelson Shankley Ferreira Maciel

Sargento Marcos Alberto de Sá Monteiro

Sargento Wellyson Luiz de Paula

Sargento Kobosque Imperiano Pontes

Cabo Edvaldo Monteval Alves Marques

O Tenente Álex William de Lira Oliveira, que foi alvo de mandado de prisão preventiva, e está em viagem nos Estados Unidos, foi o que teve a prisão decretada pela Justiça após a não colaboração com as investigações e o mandado de prisão em aberto.

Relembre o caso

Cinco jovens morreram durante ação policial em João Pessoa

Reprodução/TV Cabo Branco

O caso que resultou na operação desta do dia 18 de agosto, aconteceu na noite do dia 15 de fevereiro de 2025. Segundo a Polícia Militar, os cinco jovens, com idades entre 17 e 26 anos, estavam se preparando para fazer um ataque no Conde, para vingar um feminicídio cometido horas antes.

Na mesma data, uma mulher havia sido morta por ter encorajado uma amiga, vítima de violência, a se separar do marido. O homem, com raiva, matou a mulher como vingança.

Então, de acordo com a PM, o filho da vítima reuniu amigos para vingar o assassinato. O veículo foi interceptado por viaturas da Polícia Militar e, ao chegar na Ponte do Arco, o carro foi atingido por vários tiros, o que resultou nas mortes de todos os ocupantes. As vítimas foram identificadas como:

Fábio Pereira da Silva Filho, de 26 anos

Emerson Almeida de Oliveira, de 25 anos

Alexandre Bernardo de Brito, de 17 anos

Cristiano Lucas, de 17 anos

Gabriel Cassiano de Sousa, de 17 anos (filho de Ana Gabriela, vítima do feminicídio).

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