4,2 milhões de brasileiros já podem fazer migração do consignado para banco com taxa menor
Quatro milhões e duzentos mil trabalhadores com carteira assinada conquistaram o direito de migrar o empréstimo consignado para o banco que cobrar juros menores.
O Guilherme vem pagando em prestações o alívio no orçamento apertado.
“Eu precisava ali de um dinheiro para poder ter um respiro, peguei em torno de R$ 1.500 e estou pagando ainda em torno de R$ 2.400 e em apenas seis parcelas, então é um valor que a gente vê aqui no final do mês, ele faz uma grande diferença", diz Guilherme Basso Addias, analista júnior de contratos.
O governo lançou o programa em março, com adesão de bancos. O plano permite que trabalhadores substituam dívidas caras, como empréstimos pessoais sem garantia, rotativo do cartão de crédito e o cheque especial, por empréstimos consignados - que têm juros mais baixos. Com o desconto direto na folha, o risco de inadimplência do consignado também é menor para os bancos.
Nas contas do governo, a nova modalidade já emprestou R$ 30,3 bilhões a mais de 4 milhões de trabalhadores, com juros médios de 3,58% ao mês.
A partir de agora, é possível fazer a portabilidade do empréstimo consignado entre mais de 122 instituições habilitadas. Isso vale apenas para contratos feitos desde 21 de março, pela plataforma do governo.
“Com a portabilidade, que é a possibilidade de, por iniciativa do trabalhador ou das próprias instituições financeiras, migrar o contrato para outra instituição em condições mais vantajosas. Então, o trabalhador tem um contrato com o banco A, e ele pode portar esse contrato para o banco B, em condições mais vantajosas. Isso nós acreditamos que as taxas de juros deverão reduzir. Ou seja, vai aumentar a concorrência entre os bancos, em benefício do trabalhador, que é o que todos nós esperamos", afirma Carlos Augusto, secretário de Proteção ao Trabalhador.
Em até 60 dias, o governo prevê que todo o processo será digital. No aplicativo da carteira, o interessado vai autorizar o compartilhamento de dados e, em até 24 horas, receber as ofertas dos bancos, escolher a melhor proposta e fazer a portabilidade já na plataforma. O novo banco quita a dívida anterior e assume o crédito.
Importante lembrar que só até 35% da renda podem ser comprometidos. A economista Regiane Vieira Wochler diz que essa é uma mudança importante no mercado de crédito.
“Como funcionava antes para esses contratos? O trabalhador não tinha autonomia de escolha entre as instituições. Era o empregador que fazia a parceria com o banco, e ele poderia tomar empréstimos apenas naquele banco onde ocorria a folha de pagamento. Hoje, com essa migração para a plataforma do crédito do trabalhador, ele tem a opção de olhar todas as instituições participantes, buscando a que oferece mais vantagens econômicas para ele", comenta Regiane Vieira Wochler, economista.
Em 60 dias, todo o processo, desde a contratação até a portabilidade, será feito dentro do app, inclusive de contratos antigos.
“É algo que eu comemorei porque é algo que dá a maior flexibilidade para gente, é uma luz no fim do túnel que o trabalhador CLT tem de ter o maior flexibilidade ali para pegar os empréstimos e ter uma taxa de juros bem menor", diz Guilherme Basso Addias, analista júnior de contratos.
Trabalhadores com carteira assinada passam a poder levar empréstimos consignados para bancos com juros menores
Reprodução/TV Globo